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Gere energia caminhando

Caminhada leve pode gerar energia suficiente para dois computadores
Aparelho aproveita movimentação do joelho humano para gerar 5 watts.Cientistas apostam em tecnologia para regiões sem rede de energia elétrica.

Gerar energia usando a força bruta humana parece uma volta aos engenhos de escravos do século 16, mas a tecnologia moderna acaba de mostrar que a estratégia pode até valer a pena -- e sem exigir muito suor. Pesquisadores no Canadá e nos Estados Unidos criaram um sistema que transforma os movimentos do joelho em eletricidade, produzindo energia suficiente para manter funcionando dez telefones celulares ou dois computadores pessoais. Tudo isso com a ajuda de uma caminhada normal.

O experimento está descrito na edição desta semana da prestigiosa revista especializada americana "Science". Embora a idéia pareça apenas uma brincadeira, a equipe capitaneada por Max Donelan, da Universidade Simon Fraser (Canadá), enxerga uma série de aplicações interessantes para o projeto. Aparelhos eletrônicos portáteis, próteses robóticas para pessoas com deficiência física e até regiões de difícil acesso, onde a energia elétrica ainda é um luxo, poderiam se beneficiar de algo do tipo, argumentam eles.

O sistema criado pelos pesquisadores é minimalista e aproveita com inteligência a mecânica do corpo humano em movimento. A inspiração também veio dos atuais carros híbridos, que armazenam energia toda vez que o motorista dá uma freada (aproveitando a fricção dos freios). Essa energia é transformada e armazenada, de forma que o carro híbrido pode alternar entre usar combustível e eletricidade para se movimentar.

Da mesma maneira, os movimentos do joelho humano durante uma caminhada começam com uma aceleração (quando a perna se levanta no passo) e depois passam para uma desaceleração (quando a perna se abaixa). O aparelho projetado pelos pesquisadores aproveita a energia dissipada nessa desaceleração para produzir watts -- mais especificamente cerca de 5 watts, no caso de uma pessoa andando a cerca de 5 km/h, ou seja, um passo normal, leve.

Os pesquisadores acham que há maneiras de melhorar essa performance. Com o protótipo, caminhar exige um gasto de energia 20% maior do que o normal para o organismo das "baterias humanas", mas mudanças no peso do "motor", bem como na maneira como ele retrabalha internamente a energia, poderiam transformar essa experiência em algo praticamente idêntico a dar uma volta no quarteirão.

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